domenica 16 settembre 2012

martedì 4 settembre 2012

"LINHAS DE WELLINGTON" DE PAULO BRANCO NO FESTIVAL DE VENEZA


Paulo Branco leva "Linhas de Wellington" à corrida pelo Leão de Ouro, o principal prémio do Festival de Veneza. O filme, um épico sobre a tragédia das invasões francesas, estreia os actores portugueses no tapete vermelho do Lido. 

 Começou hoje a ser exibido às 19 h locais o filme produzido por Paulo Branco, realizado pela viúva de Raúl Ruiz, Valeria Sarmiento, com financiamento luso-francês e com «100 % de mão de obra nacional», como diz Paulo Branco, estará no Festival de Cinema de Veneza, não numa competição paralela condescendente com cinematografias periféricas, mas na Sala Grande a disputar o Leão de Ouro com filmes de realizadores como Mira Nair, Terrence Malick, Paul Thomas Anderson ou Robert Redford, Spike Lee.

"Linhas de Wellington" é um épico fulgurante sobre os dias que antecederam a derrota das tropas francesas, em 1811, nas linhas de Torres (um conjunto de fortificações de 150 léguas a proteger Lisboa), feito de uma tapeçaria de histórias de personagens quase todas anónimas, obrigadas ao êxodo e à guerra pelas invasões napoleónicas. E com um casting magnífico, onde os actores portugueses contracenam em pé de igualdade com as vedetas internacionais e auferindo todos o mesmo cachet. «Ganharam 400 euros por dia de filmagens», diz Paulo Branco. Incluindo John Malkovich, habituado a cifras de muitos zeros. Um projecto destes (custou apenas 4 milhões de euros), «só se faz com esta grande generosidade dos actores» , sustenta o produtor.

  «Ficaria muito contente se o filme ganhasse o Leão de Ouro, é óbvio. Mas o que importa mesmo é estar nesta competição com um conjunto de 18 filmes extraordinários e o que isso permite de visibilidade para toda a equipa portuguesa». Grande parte do elenco – que inclui nos créditos principais Nuno Lopes, Soraia Chaves, Marcello Urgeghe, Adriano Luz, Gonçalo Waddington, Albano Jerónimo – estará, a 4 de Setembro, no festival que decorre no Lido até dia 8. 

                                           Herdeiro de Mistérios

 O filme estreia em Portugal a 4 de Outubro e estará a partir de 21 de Novembro em 80 salas francesas. «Se eu quisesse tinha 150 cópias em França. Tive a Gaumont a dizer que me dava as salas do centro de Paris». Quanto ao sucesso de distribuição do filme, está, diz, assegurado: «O Mistérios de Lisboa tinha quatro horas de duração e foi visto por 120 mil espectadores em França». Por maioria de razões, uma longa-metragem com 151 minutos, com estrelas internacionais no cast como Malkovich, Catherine Deneuve e a espanhola Marisa Paredes terá mais facilidade em cativar o público internacional. 

 Paulo Branco permite-se pensar em grande, depois do incrível sucesso internacional de "Mistérios de Lisboa", obra produzida por ele e realizada por Raul Ruiz que venceu vários prémios em festivais e foi acolhido pelo New York Times como «maravilhoso» (arrecadando um milhão de euros em receitas internacionais). E, além do mais, produziu o filme de David Cronenberg estreado no Festival de Cannes, o muito menos aclamado "Cosmopolis".

 A carreira do filme já está agendada, independentemente do sucesso em Veneza (que não é só o galardão, mas também a validação da crítica e dos grandes títulos internacionais que fazem o nome das obras). "Linhas de Wellington" estará no Festival de Toronto, importante para o mercado norte-americano, no muito selectivo New York Film Festival, a 8 e 9 de Outubro, em que «os cinco membros do júri de selecção deram voto unânime», e estará a 13 e 14 de Outubro no Festival de Londres. «A partir daqui não há mais festivais. Os que o quiserem terão de pagar para exibi-lo. Os festivais servem para dar visibilidade aos filmes. Não faço colecção de festivais, nem ando a oferecer filmes», garante Paulo Branco, que diz ter escolhido Veneza para lançar esta produção e que sabia desde Maio que estava garantido na competição principal, «mas não podia anunciar»

                                                 Corridas de cavalo 

 Hoje, Paulo Branco estará numa prova de resistência equestre a fazer 160 km a galope em França. «E foi por causa dos cavalos que este projecto começou» , diz, dois dias antes de partir para França e depois para Veneza. Quando participava numa prova equestre, promovida todos os anos pela Câmara de Torres Vedras, nos montes onde se deram as batalhas em 1811, um vereador propôs-lhe fazer uma longa-metragem para comemorar o bicentenário das linhas fortificadas criadas pelo general Wellington. 

  «Estava a fazer nessa altura Os Mistérios e estava um pouco relutante. Disse-lhes que estava a meio de um projecto complicado, mas acabámos por marcar uma reunião» . A Câmara de Torres Vedras financiou o argumento que seria entregue a Carlos Saboga, «a única pessoa em Portugal que podia pegar num projecto destes. Foi um ponto de partida fascinante e estou orgulhoso, porque o Carlos Saboga fez um extraordinário argumento. Ele já tinha feito para a televisão francesa uma série sobre o Napoleão. E nós os dois temos profunda admiração pelo Raúl Brandão, ambos lemos o El-Rei Junot , e o Oliveira Martins». Saboga foi igualemente o argumentista de Mistérios de Lisboa .

 A ideia foi, diz, «desenhar um projecto ambicioso». Além dos 350 mil euros confiados pela Câmara de Torres Vedras (entre dinheiro e prestação de serviços), o filme contou com 690 mil euros do ICA e 480 mil euros da RTP. «O financiamento do canal público foi fundamental para conseguir os apoios internacionais», diz Paulo Branco. «Só com essa garantia é que depois é possível pedir dinheiro lá fora» . O montante restante foi obtido através de outros três canais franceses, onde a maior contribuição, 750 mil euros, veio do ARTE .

 A realização foi entregue a Raul Ruiz, que entretanto já estava doente e morreu na fase de preparação. «Houve um período de reflexão da minha parte. Qualquer pessoa que pegasse no projecto iria transformá-lo muito. Decidi que a amplitude da produção seria acrescida e não diminuída, de modo a compensar a ausência do génio do Ruiz. Falei com o Malkovich que disse logo que aceitaria e, sobretudo, se fosse a Valeria, que ele já conhecia, a continuar o projecto. Eu já tinha produzido três filmes da Valéria, sabia que ela era capaz de fazer o filme dela» .

 Com a morte de Ruiz, vários actores quiseram participar no filme e, por isso, «o Carlos Saboga foi acrescentando personagens e histórias pararelas para inclui-los. E isso funcionou, criando uma unidade narrativa fantástica». No genérico do filme há uma série de actores creditados ‘com a cumplicidade’ a marcar essa homenagem póstuma. É o caso de Maria João Bastos.

 E há uma pequena pérola, um trio formado por Catherine Deneuve, Michel Piccoli e Isabelle Huppert, três franceses abastados que recebem em casa, ao jantar, o general francês. «Essa cena deliciosa foi criada porque o Ruiz queria que houvesse um comentário externo, dos franceses, sobre os costumes portugueses» . Ao longo do filme são, no entanto, vários os exemplos do brilhantismo de Carlos Saboga, como a as várias aparições do general inglês interpretado por Malkovich, sendo memorável aquela em que dá a receita do bife Wellington. 

 telma.miguel@sol.pt

 http://sol.sapo.pt/inicio/Cultura/Interior.aspx?content_id=58375

mercoledì 29 agosto 2012

FESTIVAL DE VENEZA 2012


Festival de Veneza. Belezas americanas e outros amores de perdição










  •                                               Joaquin Phoenix, em "The Master"

    Por Maria Ramos Silva, publicado em 29 Ago 2012 

Arranca hoje a 69.ª edição da mais antiga mostra internacional de cinema, 80 anos depois do evento se ter estreado em Veneza. Até dia 8 de Setembro, a balança divide-se entre americanos e franceses, com as devidas intromissões de russos, sauditas, coreanos e outros pesos pesados. Um desfile à beira dos canais liderado por Terrence Malick, Brian de Palma e Paul Thomas Anderson.

Mais sobriedade no menu, pediu o novo director artístico, Alberto Rendera, que rendeu Marco Mueller, entretanto aos comandos do rival Festival de Cinema de Roma. O resultado mais imediato no território do veneziano Lido é a redução do número de filmes em competição pelo cobiçado Leão de Ouro, entre eles “As Linhas de Wellington”, a produção de Paulo Branco que o chileno Raúl Ruiz começara a dirigir.
Mais ou menos sóbrios, o auditório de Campo San Polo livra-se do défice em nomes de peso, quando passam 80 anos sobre os primórdios da mostra. Depois da Palma de Ouro que obteve com “A Árvore da Vida” em 2011, Terrence Malick abre o livro do amor em Veneza com “To The Wonder”, protagonizado por Ben Affleck, Rachel Weisz e Rachel McAdams. Paul Thomas Anderson alinha pelos favoritos com “The Master”, um drama com Joaquin Phoenix, Philip Seymour Hoffman e Amy Adams. Ao trio de ataque norte-americano junta-se Brian de Palma, que arrebatou o prémio de melhor realizador na sua última visita a Veneza, regressando com “Passion”, com Noomi Rapace e Rachel McAdams.

Da França, com a segunda maior presença no certame, chegam Olivier Assayas, com “Après Moi”, e Xavier Giannoli (“Superstar”), enquanto a representação asiática dispensa apresentações. Do japonês Takeshi Kitano, com “Outrage Beyond”, ao coreano Kim Ki-Duk, com “Pietá”, sem esquecer o filipino Brillante Mendoza, com “Thy Womb”.

Depois do triunfante “Fausto”, na edição de 2011, a armada russa marca presença em campo com Kirill Serebrennikov e “Betrayal”. Fora da mostra oficial será possível ver ainda os novos filmes de Robert Redford, Spike Lee, Jonathan Demme e Manoel de Oliveira.

O Prémio Carreira será entregue a Francesco Rosi, autor de “A provocação”, do emblemático “O caso Mattei”. E ainda de “Crónica de uma morte anunciada”, baseado no romance homónimo de Gabriel García Márquez. O júri internacional, presidido este ano pelo realizador Michael Mann, irá avaliar cerca de 20 obras.



martedì 15 maggio 2012

lunedì 9 aprile 2012

venerdì 23 marzo 2012

VENEZA CONTINUA A AFUNDAR-SE

Uma das cidades mais emblemáticas de Itália continua a afundar-se, apesar de a um ritmo de dois milímetros por ano, descreve uma reportagem da BBC que revela medições recentes realizadas com imagens de satélite.

A constante extracção de água do subsolo começou a provocar este afundamento e, por isso, foi interrompida na última década.

Mas apesar de ter sido dito que a tendência para afundar tinha sido revertida, estudos recentes de uma equipa constituída por americanos e italianos revela que afinal a cidade continua a submergir e inclusive a inclinar-se para leste, escreve a BBC.

Outra das conclusões prende-se com o nível das águas da Lagoa Veneziana em cerca de 2 milímetros por ano, o que se traduz numa subida do nível do mar em relação à cidade de 4 milímetros por ano.

Escreve ainda a BBC que as cheias recorrentes na cidade deverão ser mais bem controladas com o novo sistemas de diques que está a ser construídos e que deve ser concluído em 2014.